Depois de uma eternidade, ressurjo das cinzas.
Ouvi uma música ontem da banda Luxúria, que tem aparecido na mídia agora. Eu não entendo muito de música. Gosto de ouvir, mas só. Não tenho nada que me permita esboçar uma crítica (positiva ou negativa) a não ser o meu gosto. E isso não é autoridade nenhuma.
Mas uma coisa fundamental para que eu goste da música é sua letra. É claro que acontece de eu gostar de algumas músicas cujas letras eu não faço idéia do que falam, mas, normalmente, passo a gostar mais ou menos de uma música a partir de sua letra. Mesmo que seja uma frase. E essa música que eu ouvi ontem tem uma frase que eu achei excelente. “O meu ódio é um veneno que eu tomo querendo que o outro morra”. Ela na verdade é um belo resumo daqueles conselhos que nossa mãe dá quando a gente está com raiva de alguém. Aquela raiva que deixa a gente mal, triste ou cego. Aí vem a mãe e fala. “Não pensa assim. Você fica aí amargando essas coisas e isso faz mais mal pra você que pra ele.” E é verdade. Mas talvez eu estivesse precisando ouvir alguma coisa assim.
Na verdade a frase vale pra qualquer um daqueles sentimentos baixos, vis, mesquinhos, mas perfeitamente humanos. Ódio, inveja, ciúmes, raiva... Sentimentos que, em alta dosagem, envenenam a pessoa aos poucos, condenando a gente ao isolamento, à solidão, à amargura. Sentimentos que ninguém quer admitir que tem, que são feios. Sentimentos que, na verdade, temperam a vida, e que eu, humana que sou, ainda não consegui extinguir de mim. Às vezes consigo driblar, outras vezes um deles quase consegue me dar uma overdose. Mas assim sou eu, e assim vou eu, sempre tentando crescer, sempre tentando melhorar. Quem sabe um dia eu não consigo exterminar um desses sentimentos e acabo conseguindo o céu?
4 de abril:
- dia nacional do Parkinsoniano
4.4.06
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