30.8.05

Liberdade

Sobre aquele texto "O que quero", que escrevi aqui no dia 24/08... tudo que queremos é uma questão de liberdade. Sim, porque querer é livre, não tem limite, transcende a carcaça que nos mantém com os pés no chão, acordando todo dia no mesmo horário, indo trabalhar, correndo, sempre presos ao relógio.
Fazer o que queremos, então, é a mais pura liberdade. Aliás, na minha humilde opinião, liberdade mesmo é fazer o que se quer estando totalmente consciente das possíveis conseqüências e pronto para resolvê-las da forma melhor forma, por livre e espontânea vontade, desde que ninguém seja prejudicado no processo. Utópico, né? Talvez. Mas que seria bom se fosse assim, ah, seria!

"Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta. Que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda." (Curta-metragem - Ilha das Flores)

29.8.05

Faz pouco tempo que fui apresentada às músicas da banda Ludov e simplesmente adorei! Estou postando aqui hoje a letra de Princesa, mas também recomendo Dis a Rodar e Trânsito. Mas todas são muito boas!

Sei que há contas a pagar
e há razões pra terminar
A semana toda ficou para trás
Ela tem trabalhado demais
Como seria melhor
Se não houvesse refrão nenhum
mas aaaah
E no teu apartamento
Ela se esquecia de tudo
parecia uma princesa
Não se importava com o resto do mundo
E largava os pés em cima da mesa
Como seria melhor
Se não houvesse refrão nenhum
mas há
E no teu apartamento
Ela se esquecia de tudo
Não havia contratempo
Ela segurava o teu coração
e largava as roupas pelo chão

26.8.05

Às vezes me pergunto: Por que eu insisto em acreditar nas pessoas? Na boa vontade delas? Por que eu, em pleno século 21, quando as pessoas são tão ocupadas com suas vidas, seus trabalhos, seus assuntos, suponho que alguém vai ter tempo de me ouvir? Não digo me ouvir como conselheira, para seguir o que eu falo, mas simplesmente escutar, conversar, trocar idéia.... discordar até, mas de forma sadia, com o objetivo de crescer, se conhecer, conhecer coisas novas, histórias novas e conhecer melhor quem está sempre por perto. Que ingenuidade! Pensar que alguém possa se interessar gratuitamente assim por outra pessoa, por alguma história, por algumas palavras. Chega a ser engraçado. Pueril. Mas não deixa de ser frustrante. Triste, aniquilante. É, aniquilante mesmo, porque chega perto de me fazer desistir de tentar, de falar, de ouvir, de conversar... Aí eu fico quieta. Coloco meu fone de ouvido, escuto minhas músicas (minhas apenas porque gosto muito delas, não tenho o dom de compor nada) e me deixo largada nessa sensação broxante de quem quer gritar mas tem um esparadrapo na boca. À noite vou dormir prometendo que nunca mais tento sair letargia comunicativa que envolve o mundo hoje, mas no dia seguinte, quando acordo, respiro fundo e penso: "Hoje vai ser diferente". E assim venho caminhando.

24.8.05

O que eu quero

Eu quero correr. Correr sem parar (e sem cansar). Quero sair na chuva e gritar. Sentir a pele molhar. Ouvir Dido e suspirar. Trocar idéia, conversar sem parar, sobre o assunto que pintar, sem medo de errar. Quero beber. Não precisa ser até cair, muito menos pra esquecer, basta me divertir. Eu quero rir. Cantar e aplaudir. Ver, sentir e ouvir. Jantar, tomar banho e dormir. Quero viajar. Navegar, voar, passear. Dançar. Quero conhecer o mundo, inventar, escrever. Eu quero saber. Fazer a diferença. Crescer. Ser, enfim. E dividir. Quero ir e vir. Voltar e ficar. Sair. Quero te olhar, te sentir, te amar e sorrir. Abraçar, cuidar, beijar. Derreter. Quero te ter. Sentir a gente se misturar. Quero andar por aí, sem destino, sem fingir nem mentir. Quero falar. Berrar. Quero tudo, quero o mundo. Só não quero ouvir psy, nem ter você longe daqui.

23.8.05

Escolhas

Dizem que o que é pra ser será. Será? Se eu ficar sentada, sem fazer nada, ou se eu trabalhar como uma camela, ou ainda se eu largar tudo e for de carona para Belém, o resultado será sempre o mesmo? Não. Não pode ser. Eu me recuso a acreditar no que se chama de destino. E o livre-arbítrio? Seria uma piada divina?
Claro que algumas coisas são imutáveis. Ainda. Pois, como dizem uns amigos, nada é certeza nessa vida. Mas até essas coisas podem variar, em tempo ou modo, como a morte. Tudo depende do que escolhemos. Mesmo que algumas coisas aconteçam de modo diferente do que planejávamos, mesmo que algumas aconteçam sem que a gente espere... tudo é definido pelas escolhas. Não só nossas, claro. Assim como as nossas escolhas não mudam, ou desenham, só as nossas vidas. É a lógica da Teoria do Caos. E é por isso, por tudo ser resultado das nossas escolhas, que eu acredito que tudo também é uma questão de prioridades. Afinal, nossas escolhas são sempre, consciente o inconscientemente, baseadas nas nossas prioridades, nos nossos objetivos de vida. vale a pena prestar atenção nisso. A gente acaba se conhecendo melhor e conhecendo também quem está perto.

22.8.05

Como é difícil perceber as coisas como as outras pessoas percebem. É engraçado pensar que as pessoas amam de forma tão diferente já que o amor é um sentimento universal, todo mundo fala dele, todo mundo entende, todo mundo sente (ou já sentiu, ou vai sentir). E não tem jeito. Sempre é piegas, sempre é ridículo, assim como suas cartas (Fernando Pessoa já disse). E, embora o amor seja o sentimento mais comentado, mais traduzido, e embora saibamos que cada pessoa é única, tem uma personalidade e tal, ainda assim é muito difícil se colocar no lugar de outra pessoa. É difícil entender as diversas formas de amar. É difícil não querer entender. E não existe nada que supere fazer essa busca com alguém especial do nosso lado. Kiko, amo você.

18.8.05

Façam ou se recusem a fazer arte, ciência, ofício. Mas não fiquem apenas nisto, espiões da vida, camuflados em técnicos de vida espiando a
multidão passar. Marchem com as multidões.
Aos espiões nunca foi necessária essa "liberdade" pela qual tanto se grita. Nos períodos de maior escravização do indivíduo, na grécia e no egito, as artes e as ciências não deixaram de florescer.

Será que a liberdade é uma bobagem?... Não. A vida humana é que é alguma coisa a mais que ciências, artes e profissões. E é nessa vida que a liberdade tem sentido e é direito dos homens. A liberdade não é um prêmio, é uma sanção. Que há de vir.



Sobre o(a) autor(a):
Mário de Andrade nasce em 1893.
Suas palavras:
"Eu sou um escritor difícil
Que a muita gente enquisila,
Porém essa culpa é fácil
De se acabar de uma vez:
E só tirar a cortina
Que entra luz nesta escuridez."
(A Costela de Grão Cão)


tirado de: http://www.tvcultura.com.br/provoca/

17.8.05

Amélie - um jeito novo de ver o mundo

Já faz algum tempo que assisti "O fabuloso destino de Amélie Poulain", mas nunca é demais falar deste filme. Nem tarde. Aliás, é sempre recomendável recomendá-lo!
Doce sem ser meloso, ingênuo sem apelar para a infantilidade, o filme (de 2001) mostra a importância que os detalhes fazem nas nossas vidas, como eles podem mudar nosso cotidiano se simplesmente passarmos a prestar atenção neles, nas coisas sutis que definem o que chamamos de um bom ou mau dia. Ele traz essa delicadeza nas próprias cenas. É um filme que faz a gente gostar mais da gente e dos outros, faz a gente procurar e enxergar com sensibilidade algumas peculiaridades da natureza humana. Isso, claro, sem contar alguns movimentos de câmera que são deliciosos. Enfim, deixa a gente com uma sensação de leveza indescritível. Simplesmente maravilhoso!

16.8.05

Dri e Elis

Hoje preciso escrever sobre a amizade. Aquela que nos deixa sempre bem, seja pelas saídas, conversas e risadas juntos, seja pela simples lembrança de um dia elas terem sido freqüentes. Sinto falta de duas das pessoas mais importantes da minha vida. Duas pessoas que cresceram comigo, que vão ser minhas vizinhas, que nem a gente combinava dando voltas na piscina, que acham que eu não vou conseguir ser brava com o meus filhos, que riem das mesmas coisas que eu, que nadam borboleta, que, não importa o assunto, nunca cansam de conversar comigo, que passaram tardes inteiras de férias comendo pipoca e assistindo filme, que hoje não acreditariam em como eu estou branca, já que sempre fui preta, que têm músicas comigo (mesmo não sendo meu namorado). Duas pessoas que eu não trocaria por nada nesse mundo. As duas que sonharam comigo tudo que eu sonhei e que compartilharam seus sonhos comigo também. As duas que falaram que vão me ajudar a escolher meu vestido de noivas e que disseram que não vão deixar seus filhos comigo pra eu não estragá-los. Duas pessoas que fizeram muito mais que cruzar meu caminho... elas desenharam boa parte dele, e seus traços continuam aqui, me endireitando quando tropeço. Duas pessoas que me fazem chorar de saudade.
Elis e Dri, amo muito vocês. Sempre.

15.8.05

Sobre os dias da semana

Segunda-feira é sempre um dia estranho. Uma mistura de preguiça de começar tudo de novo e animação por começar tudo novo, da vontade de esticar o final de semana com a empolgação da possibilidade de mudar.
Muita gente não gosta da segunda. Algumas pessoas dizem que quem não gosta da segunda é quem não está feliz, quem não gosta do que faz.
Eu, particularmente, gosto da segunda. Acho, na verdade, que a terça é o pior dia da semana. Na segunda a gente ainda está sentindo o gostinho do fim de semana. Ainda dá pra sentir o cheiro daquele abraço gostoso, aquele beijo, aquela risada... na terça parece que tudo isso já passou, o gostinho acabou, e ainda falta um tempão pra tudo isso acontecer de novo. Argh! Se a gente pudesse pular terça-feira...
Mas, se não fossem as terças, tristes, demoradas e cheias de saudades, as sextas também não seriam lindas (depois das 21h!), doces e cheias de beijos. E os finais de semana não seriam cheios de abraços, e cheiros, e sabores. E as segundas não teriam essas lembranças para adocicar o começo de cada semana.

12.8.05

Acordei com a sensação de não ter dormido.
Voltei com a sensação de não ter ido.
Falei sentindo que não fui ouvido.
Mas continuo falando, mesmo sem ter sentido.
Chega de viver com a sensação de ter morrido.
(Marcela Bragotto)