18.8.08

Num instante

Então é assim que tudo se acaba. De repente.

Não importa quanto tempo já tenha se passado, quanto sofrimento já se tenha agüentado, quão forte a gente seja. Tudo acaba em um único instante.

É. E, de repente, não é mais.

Bem ali, diante dos nossos olhos. Que se abrem incrédulos para ver se enxergamos um sentido nisso tudo, mas a pupila dilatada deixa a realidade turva. Ou talvez mais clara. Talvez a realidade seja assim mesmo, mais dura do que costumamos ver no dia-a-dia.
Talvez a correria do dia-a-dia amacie nossa percepção do mundo. A falta de tempo deve ser um truque para que a gente não pare, não pense e não viva em função deste único instante.

Porque, afinal de contas, é um instante tão rápido que não devia guiar nossas vidas. Mas ao mesmo tempo tão impiedosamente definitivo que quando ele vem é como um balde de água fria nos acordando de um sonho.

E esse único instante é seguido de um longo tempo indeterminado que tem como função maltratar a memória e sufocar qualquer sorriso. Um tempo cheio de perguntas sem resposta, cheio de vazio.

Quando será que isso vai passar? Quando a gente vai acordar? Quando será que vai chegar outro instante e nos derrubar? Quantos desses instantes a gente pode agüentar?

E aí nos vêem também aquelas perguntas que costumamos evitar e que esses instantes trazem à tona: Estou no caminho certo? Ou pior: estou no caminho que eu quero?

Não sei. Só sei que esse caminho vai acabar num único instante.

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