26.8.05

Às vezes me pergunto: Por que eu insisto em acreditar nas pessoas? Na boa vontade delas? Por que eu, em pleno século 21, quando as pessoas são tão ocupadas com suas vidas, seus trabalhos, seus assuntos, suponho que alguém vai ter tempo de me ouvir? Não digo me ouvir como conselheira, para seguir o que eu falo, mas simplesmente escutar, conversar, trocar idéia.... discordar até, mas de forma sadia, com o objetivo de crescer, se conhecer, conhecer coisas novas, histórias novas e conhecer melhor quem está sempre por perto. Que ingenuidade! Pensar que alguém possa se interessar gratuitamente assim por outra pessoa, por alguma história, por algumas palavras. Chega a ser engraçado. Pueril. Mas não deixa de ser frustrante. Triste, aniquilante. É, aniquilante mesmo, porque chega perto de me fazer desistir de tentar, de falar, de ouvir, de conversar... Aí eu fico quieta. Coloco meu fone de ouvido, escuto minhas músicas (minhas apenas porque gosto muito delas, não tenho o dom de compor nada) e me deixo largada nessa sensação broxante de quem quer gritar mas tem um esparadrapo na boca. À noite vou dormir prometendo que nunca mais tento sair letargia comunicativa que envolve o mundo hoje, mas no dia seguinte, quando acordo, respiro fundo e penso: "Hoje vai ser diferente". E assim venho caminhando.

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